sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

O PÃO DE UMA RELAÇÃO



E O PÃO que nunca me faltou?  E o primeiro carro que  me foi dado? E a primeira revelação do amor de Abba recebida por mim?  Quanto tempo faz ou o que faço agora com tudo?

UM DIA sem perceber eu era jovem e sábio no meu relacionamento intenso com Aquele a quem a sabedoria é dada em primeiro lugar aos que o temem.

PODE ALGUÉM dizer que está acima do bem e do mal?

QUANDO a soberba entra em nossas vidas? Qual o canal divisor entre aquele que você busca num relacionamento quase ingenuo e aquele de quem você espera apenas por coisas ?  Este que você chama apenas as Suas providencias, navega nos seus suprimentos e na prosperidade da sua abundancia? Isso causa soberba? O  que é soberba?

ONDE começa isso ?

QUAL MOMENTO que divide as águas da sua vida de humildade para o  orgulho?
Como quando você chega num determinado ambiente e procura saber quais são as necessidades ali, como suprir, como  ser gente do bem, como orar, como ser facilitador,  como servir melhor. A sua presença torna-se ali abençoadora e simples.

QUAL O MOMENTO em que essas coisas simples da alma passam a não existir mais e, mais ainda, inexistem e não são mais percebidas?   Como é estranho nós não percebermos essas mudanças, não enxergarmos mais as pessoas e  nos tornarmos invisíveis para o bem e não notamos nosso mal.  É como quem usa uma peruca, na maioria dos casos todos em volta percebem aquele negocio, menos  quem que  a usa.

É INCRÍVEL  mas isto é digno de quase um capítulo: a não percepção do nosso momento, das mudanças ou dos nossos erros.  De repente eu era simples, agora sou complexo;  comia de tudo o que se colocava  na mesa; agora eu quero isso e aquilo. Eu viajava de qualquer maneira, agora tenho várias maneiras  e tantas exigências. É como alguém que depende do sistema médico público e um dia passa a ter um plano privado de saúde.  Quando chega e estes hospitais com um atendimento bem mas bem melhor, ele reclama de tudo, da demora, não lembra do velho sistema, compara tudo de maneira negativa, errada. Parece que assim é a nossa memoria ou a falta dela. Não temos memória das nossas próprias misérias e muito menos gratidão  das nossas próprias melhoras ou avanços.

ENTRAMOS NO MELHOR, mas nós  não melhoramos. Queremos ser melhores para os outros mas não queremos ser melhores para Deus.  Nos sofisticamos e complicamos o simples. Mas como manter essa simplicidade? Como perceber que a perdemos?  Como perceber as mudanças negativas e como mudar sendo o mesmo simples de antes?

É como um sujeito que conheci  que  quando alguém o pediu ajuda ele para acudir nas suas necessidades básicas, já  ele era uma pessoa com boa condição financeira, ele respondeu: "Olha, eu  não posso te ajudar agora, eu não estou bem, estou muito apertado de grana..Tive inclusive que desativar uma das piscinas, estou usando apenas dois carros, despedi um dos jardineiros, janto fora apenas quatro vezes por semana..está muito difícil."
E seu amigo só queria pagar uma conta de luz,fazer uma pequena compra.


(*trecho do livro O VELHO REI, cronica da sabedoria dos que não desistem - escrito por mim).






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